domingo, 17 de maio de 2009

Vantagens económicas da Acessibilidade Web

Embora a maior parte das empresas ainda não tenha tomado consciência de tal (e realmente isso verifica-se), existem muitas vantagens económicas de um Web site ser acessível. Já não vou sequer abordar a questão de SEO e de usabilidade. Neste post, vou ficar-me apenas na parte de acessibilidade. Neste post existe uma grande ligação com o que escrevi em Acessibilidade Web e tecnologia mas tentarei não me repetir.

Para mim, uma das mais evidentes é o facto de o Web site poder ser visualizado com qualidade em diferentes dispositivos que não um PC/portátil: iPhone, iTouche, in-car browsers, telemóveis, notebooks, ... e outros gadgets que continuam a surgir. Em geral, público que utiliza este tipo de tecnologia tem poder de compra, investe e em geral tem a tendência de efectuar as suas aquisições de produtos e serviços através da Web. Eu por mim falo, hoje em dia só vou às lojas por curiosidade e descontracção. Se preciso de algo, nem as páginas amarelas consulto, vou à Web. Neste post vou também saltar a parte de "o que é preciso para visualizar um Web site com qualidade em diferentes dispositivos tecnológicos" e o porquê de tal.

Tomando em consideração do ponto acima abordado, entramos no ponto do aumento de utilizadores que consultam e utilizam o Web site. Um Web site acessível é possível ser visualizado por um maior número de pessoas. Com o aumento de utilizadores vem um aumento da probabilidade de aquisição de produtos/serviços e divulgação da marca/empresa. Sim, porque o um Web site é uma forma directa de marketing.

Um outro motivo é o factor social, o respeito para com os outros, dando-lhes igual oportunidade de acesso à informação. Cada vez mais as empresas se agarram a este motivo para divulgarem a sua marca. Recentemente vemos a edp a referir o seu respeito pelo meio ambiente, a danone com informação em braile nos iogurtes (descobri isto ontem mas já deve existir à algum tempo), a swatch que na compra de um determinado produto dá uma percentagem para uma instituição social. Infelizmente, atenção que não estou a referir-me a estes casos em específico, este motivo é utilizado muitas vezes hipocritamente apenas por uma questão de marketing.

Outro ponto de vista é o legal. Por todo o mundo, em alguns países mais do que outros, existem leis que determinam que Web sites específicos têm de ser acessíveis. Em Portugal existe a resolução do Conselho de Ministros nº 155/2007 que obriga os Web sites do Governo ou de serviços públicos a respeitarem um nível de conformidade AA ou A (consoante o propósito do Web site). No entanto é preciso não esquecer que Portugal pertence à União Europeia e que mais tarde ou mais cedo teremos de respeitar as normas por ela estabelecidas. Mais ainda, convém a um Web site com projecção internacional cumprir as leis dos diferentes países em que quer estar inserido.

A nível de custos de manutenção existe também uma vantagem num Web site acessível. Em geral, estes Web sites têm os estilos definidos num ficheiro à parte. A rapidez com que altera o visual/conteúdo é muito maior, poupando-se assim no custo na equipa técnica a realizar a operação.


Um Web site acessível acaba por ter uma maior visibilidade, isto porque tem uma maior propensão a ter um melhor ranking. De facto, Serch Engine Optimization beneficia muito com a implementação acessibilidade. Tal acontece porque ao providenciar texto alternativo em imagens, vídeo, ficheiros de áudio, flash, títulos em links estamos a criar um conjunto de keywords que são assimiladas e indexadas pelos motores de busca. Existe também o motivo óbvio de um bom código HTML ser extremamente valorizado por os motores de busca.

Podia ficar outros factores tais como a rapidez de download das páginas, a qualidade do conteúdo, a rápida identificação do conteúdo dentro do Web site,... , mas creio que aí iria repetir muito o que disse em posts anteriores.

Empresários que leram este post: espero que vos tenha convencido a procurarem uma empresa que vos garanta uma boa implementação do Web site, mesmo que a curto prazo tenham de abrir um pouco mais os cordões à bolsa. Como puderam perceber, existem vantagens reais para investirem num bom Web site.

terça-feira, 12 de maio de 2009

A importância do title e dos cabeçalhos

Este post pode parecer estranho, mas infelizmente, acho que é bastante necessário.

<title>

Dita a W3C que um documento HTML é constituído pela head, o body e dentro da head está definido o título do documento (aquela tag <title> site XPTO </title> ). Para quem ainda não sabe, e embora pareça estar a ser muito cínica, acreditem, há quem não saiba, este título identifica o documento HTML perante a Web. Pode fazer-se a analogia que o título de um documento equivale ao nosso nome no BI. Portanto, é necessário escolher os títulos cuidadosamente, de forma a que estes realmente façam sentido e ajudem o utilizador a orientar-se (quando temos o browser aberto é o título da página que selê no topo da janela e que é adicionado aos favoritos).
Portanto, dentro de um Web site, é aconselhável que cada documento (página HTML) tenha o seu próprio title, por exemplo: XPTO - contactos, XPTO - serviços, XPTO - produtos, ....
Um outro ponto que convém ser levado em ALTA consideração é ser no título o primeiro local que um search engine procura keywords. Portanto o ideal seria: faz francesinhas, tira café - XPTO - contactos; faz francesinhas, tira café - XPTO - serviços; faz francesinhas, tira café - XPTO - produtos. Desta forma, sempre que alguém procurasse por "faz francesinhas" a empresa XPTO era das primeiras a aparecer no ranking. Atenção, de forma alguma quero abordar neste post o tema da escolha de keywords.

<h1>

O cabeçalho <h1> existe por alguma razão e DEVE ser SEMPRE utilizada.
Tenho vindo a reparar, e corrijam-me se estiver enganada, que muitos CMS não definem <h1>. Não sei se é defeito dos CMS ou de quem os utiliza. Estupidamente, continuo a usar o editor de texto para escrever o meu HTML à pata.
Ora bem, à partida todas as páginas têm um título. Essencialmente, esse título indica o início da página e identifica quais os conteúdos da página em questão. Portanto, é boa política a nível de usabilidade ser utilizado. A nível de acessibilidade é imperativo ser utilizado. Alguém que está a "ver" a página através do leitor de texto identifica o título da página através do cabeçalho, se ele não existir, torna-se mais confuso para a pessoa conseguir localizar-se e orientar-se dentro da vária informação existente. Mais ainda, um documento sem <h1> o documento pode passar no validador HTML da W3C, mas não passa nos validadores de acessibilidade. E atenção SÓ pode haver UM <h1> por página (como é obvio).
E a cereja no cimo do bolo é a nível de SEO: as keywords do cabeçalho principal da página são altamente levadas em consideração pelos motores de busca.


<h2>, <h3>, ...

Mais uma vez, se estas tags existem, por alguma razão é.
Ao contrário de <h1>, a existência destes cabeçalhos não é mandatória. No entanto, dão jeito. A nível de estruturação de conteúdos são óptimas. Lembro-me de estar a avaliar o Web site da câmara de Sta. Maria da Feira com uma amiga minha que é invisual e ela estar a dizer-me: olha, este site está mesmo fixe, têm títulos e tudo! Para ela é extremamente importante saber qual o ênfase de cada conteúdo dentro de uma página e através dos diferentes tipos de cabeçalho ela consegue ter essa noção.
Mais uma vez, a nível de SEO, estes cabeçalhos são também cerejas no meio do chantilly.
Mas atenção, a ordem de utilização dos cabeçalhos tem de ser coerente, não podem existir <h3> se não existir pelo menos um <h2>.


Espero que neste post vos ter convencido a utilizarem umas das mais antigas tags do HTML!!!

domingo, 3 de maio de 2009

Web sites e Empresas

Já de há alguns anos para cá as empresas têm requerido o seu espaço na Internet. Mesmo as pequenas empresas familiares apostam na sua presença na Web como uma forma de publicitar os seus serviços. No entanto, ainda hoje é comum a filosofia das "páginas amarelas". A filosofia das páginas amarelas é aquela onde as empresas têm um site com duas ou três páginas (homepage, contactos e a outra para fazer feitio) e o endereço Web impresso nos cartões de visita. Ou seja, se fizermos uma procura no Google pelo tipo de serviço que aquela empresa presta, nem na décima página o Web site aparece.


Ora bem, acredito que essa perspectiva de um Web site já está, ou deveria estar, ultrapassada. As empresas já não deviam ter o seu Web site apenas porque toda a gente tem, mas sim por uma forma de extensão do negócio, aumentando assim o público alvo.

Acontece porém que, construir um Web site só porque se quer ter o endereço no cartão de visita ou construir um Web site que vise atingir uma grande audiência são duas perspectivas diferentes, que se podem estender a diferentes abordagens no design e implementação.

No último caso, a SEO tem de ser levada em grande consideração bem como é necessário existir uma monitorização do Web site de forma a analisar o comportamento dos visitantes e fazer constantes melhorias (quer a nível de informação, quer a nível de estrutura). Em determinados casos, verifica-se que a tendência de utilização de uma certa página justifica o desdobramento desta em várias, fazendo-se portanto uma alteração à estrutura do Web site. Noutros, torna-se necessário redefinir keywords ou reformular textos. É possível também jogar com o layout e o tipo de audiência que costuma visitar o Web site. Graças ao Google Analytics e ferramentas similares, é possível sabermos características muito específicas da maioria dos nossos visitantes: tipo de ligação, browser utilizado, resoluções de ecran,...

No entanto, este tipo de abordagem significa mais custos para a empresa tendo por consequência a pouca procura deste tipo de serviços. Por outro lado, nem todos os clientes têm a consciência, mesmo quando explicado, da vantagem de um Web site SEO.

Acredito sinceramente que é necessário a mudança da mentalidade das empresas portuguesas. O futuro do comércio de bens e serviços passa pela Web, e como tal é necessário estar em primeiro lugar. Não é de forma alguma um cartão de visita que vai conseguir que um Web site apareça na lista dos 30 primeiros. Portanto, empresas, que tal pensarem um pouco mais no assunto e começarem a investir num Web site feito à vossa medida?

Web Design - Usabilidade

Hoje em dia, designers e programadores já estão conscientes da necessidade que um Web site tem em ser usável. De facto, é o aspecto do Web site que nos atrai, o conteúdo que nos cativa mas, se o caminho para o conhecimento for tortuoso, nós desistimos da procura e vamos embora. São portanto, vários os aspectos que temos de ter em conta de forma a facilitarmos a navegação do utilizador.

Em primeiro lugar, atenção ao tempo de carregamento da página. Creio que não é preciso explicar que ninguém gosta de estar muito tempo à espera que a informação chegue. Existem muitas variáveis a tomar em conta para diminuir o tempo de download de uma página. Contudo, tal não será abordado neste post.

Os menus devem de estar bem identificados, indicando explicitamente o conteúdo de cada página. Da mesma forma, o conteúdo deve de estar claramente definido e visível. Tal, permite ao utilizador um reconhecimento rápido da informação que procura. Como sabemos, a rapidez de acesso à informação é uma variável muito importante para o sucesso de um Web site. Mais ainda, se um utilizador não encontra o que procura, ou está a ter muito trabalho a encontrar o que procura, a probabilidade de abandonar o Web site é grande.
Creio que, acima de tudo, tem de existir uma boa estruturação de menus, submenus e conteúdo (isto é, de toda a informação existente no Web site).
Nos menus secundários, convém que não estejam tão evidenciados quanto os menus principais. Tal também se aplica para caixas de pesquisa, subscrições de newsletters, acessos a áreas restritas,...

Algo muito importante é a consistência visual do design ao longo do Web site. Ora vejam um exemplo: http://ww1.rtp.pt/wportal/sites/ (este Web site foi já indicado pelo Ivo Gomes num dos seus posts, mas eu vou aproveitar o exemplo). Quando existe uma mudança de layout, temos de reaprender a navegar e a procurar a informação dentro da página. Muitas vezes podemos sentir que já não nos encontramos dentro do mesmo Web site.
É possível também relacionar este ponto com o tópico abordado no post anterior: o conteúdo. De facto, a imagem de um Web site é também uma questão de marketing, ora, uma imagem que não seja uniforme não é um bom marketing.

Existem elementos cuja a presença numa página é sempre benéfica. Por exemplo, logótipos. As pessoas tendem a reconhecer mais facilmente que uma dada página faz parte de um determinado Web site se esta estiver "marcada" como logótipo da empresa/serviço. No caso do site da RTP, este é de facto o único indicador que estamos sempre dentro do mesmo Web site, independentemente da secção que estamos a visitar.
Um rodapé onde estão, pelo menos, os links para uma página com contactos, mapa do site, informação legal. Este também ajuda os utilizadores a reconhecerem que estão no fim da página e que não existe mais informação a visualizar.
Títulos. Os títulos são essenciais. Ajudam a localizarmos-nos dentro do Web site, sabendo sempre qual é a secção que estamos a visitar.

Por fim, convém ter em conta que usabilidade e acessibilidade andam de mão dada. Atenção, acessibilidade não implica usabilidade e usabilidade não implica acessibilidade. No entanto, um Web site acessível tem uma grande probabilidade de ser usável.