domingo, 21 de junho de 2009

Frango e tostas mistas: estrutura e URLs

Continuando com os posts relativamente ao pedido do Marco. Este post vem na sequência do anterior: Frango e tostas mistas: keywords.

Primeiro que tudo vamos tratar da estrutura do site.
Eu sei que para uma churrasqueira, todo este processo pode parecer exagerado. Isso iria depender do objectivo do Web site. Se este fosse conquistar um novo mercado via Internet, pensaria realmente em realizar uma boa campanha de marketing e construir um Web site com informação útil. Se vires os diversos vídeos do Matt Cutts, ele constantemente insiste que a prioridade do Google na indexação de um Web site é o seu conteúdo.
Portanto, numa abordagem muito rápida e dentro do tipo serviço de uma churrasqueira snak bar, o que eu sugeriri-a:
- página inicial,
- página de contactos,
- página de serviços,
- página de fotos das instalações (é importante uma vez que podes querer alugar o espaço),
- página para eventuais reservas/pedidos,
- página de portfolio de eventos ocorridos,
- secção de churrascaria,
- secção de snak bar,
- secção de vinhos/cervejas,
- página associada às ementas que te faria a ponte com as 3 secções acima referidas.

URLs

Primeiro passo, a escolha do domínio.
Ok, a tua empresa chama-se XPTO. Podes registar o xpto.com, mas aconselho-te vivamente a registares: xpto-churrasqueira-snak-bar.com. É claro que se for mesmo importante para a empresa a divulgação que vende frango e tostas mistas, então: xpto.frango-tostas-mistas.com. E pelo que tenho observado, as keywords presentes no domínio fazem bastante diferença.
Um apontamento, é conveniente separares as tuas keywords com -. Apesar de tudo, o Google consegue destinguir diferentes palavras dentro de um texto sem espaços, no entanto uma divisão poderá ser aconcelhavel. Essa divisão faz à base de - e não _. Neste momento, o Google considera duas_palavras como se fosse uma só palavra.

Ok, já tens o teu domínio. Passemos às páginas.
Poderás passar o conteúdo do teu site para dentro de uma directoria xpto. Passarias a ter no site urls sempre do tipo o_teu_domínio/xpto/..., dessa forma garantias uma maior divulgação do nome da empresa. Pessoalmente, até à data, creio que não é necessário. O nome da empresa será uma constante dentro das páginas o que leva a não necessitares urgentemente de uma maior divulgação do seu nome. Podes no entanto associar à página inicial o nome xpto.html (vou partir do princípio que estamos a trabalhar com ficheiros html).

A página de contactos poderia ter o nome: contactos-xpto.html. Podes pôr contactos-xpto-churrasqueira-snak-bar.html. A decisão é tua, eu ainda ando a investigar como é realmente tratado o tamanho de uma URL.

Continuando com a nomenclatura das páginas, poderia-se ter então (mais uma vez, eu para pensar em keywords sou um desastre):
- página de serviços -> jantares-casamentos.html,
- página de fotos das instalações -> salao-festas.html,
- página para eventuais reservas/entregas -> reservas-entregas-online.html,
- página de portfolio de eventos ocorridos -> fotos-jantares-casamentos.html.

Já dentro das secções podes utilizar:
- /churrasco/churrasco-grelhados.html (página de apresentação onde falas dos maravilhosos churrascos que a empresa faz).
- /churrasco/frango-no-churrasco.html (página onde falas do apetitoso frangos do churrasco com molho picante e que é excelente quando acompanhado da fabulosa cerveja Zbr - aqui pões um link para a secção das cervejas )
- /churrasco/polvo-grelhado.html (página onde falas que o teu polvo vem directamente da lota, é acompanhado com uma batatinha cozida e um molhinho verde com salsa do teu quintal. Aqui dizes também que fazes espetadas de lulas e camarão e pões um link para a página),
- ...

Creio que já percebeste a ideia. Não te esqueças de juntar fotos às tuas páginas descritivas. Através delas (e não falando na parte de Web design), não só ajudas a fazer publicidade aos teus churrascos como também ganhas keywords: o nome dos ficheiros de imagem.

E pronto, vou finalizar este post e passar ao seguinte: onde colocar keywords

Frango e tostas mistas: a concorrência

Este post vem na sequência de um comentário colocado no post Preferências, onde o Marco pediu para exemplificar um pouco o processo de optimização de um Web site.

O Marco quer optimizar o site da empresa XPTO que vende frango e tostas mistas, por isso, todos os meus exemplos vão basear-se nessa empresa e nesses dois produtos.

Bem, o primeiro passo, quer gostem ou não, é saber exactamente qual o público alvo da empresa: venda a retalho de frangos e tostas mistas, entregas ao domicílio ou simplesmente divulgação das instalações. Vou partir do princípio que a XPTO é uma churrasqueira + snack bar que faz entregas ao domicílio.

A primeira coisa que fiz foi ir ao Google (e neste post vou restringir-me a uma análise para o Google) e fazer uma pesquisa por frango no churrasco.
Para uma análise muito rápida utilizei o SEOquake que tenho como add-on no firefox.
Obtive cerca de 180.000 resultados. Em primeiro lugar foram apresentados os 3 primeiros resultados no Google images. De seguida apareceram várias página essencialmente de blogs. São sites com imensas páginas indexadas, bastante visitados e não me parece que inicialmente conseguisses competir com eles a nível de ranking. Abandonei imediatamente esta keyword.
Decidi ser mais inteligente e fazer uma procura por churrasqueira Braga. Obtive 101.000 O primeiro resultado foi o mapa da PAI no Google Maps. (neste ponto deverás anotar para posteriormente encontrares uma forma de adicionar a XPTO a este mapa).
De seguida voltou a aparecer um blog, seguido do directório Hotfrog e empresas imobiliárias. Dos seguintes resultados apareceram vários associados a directórios. Também aqui o número de páginas indexadas pelo Google é enorme. (neste ponto deves anotar que será importante submeteres XPTO a diferentes directórios, nomeadamente a Hotfrog).
Em ambas as pesquisas o número de Web sites com um Sitemap era (como seria de esperar) muito reduzido. (toma nota, poderá ser importante no futuro)
Continuei a pesquisar diferentes combinações de palavras chave, ver o número de resultados e o tipo de sites que me apareciam na lista:
- entrega domicílio churrasqueira Braga: 1.440 resultados
- entrega casa churrasqueira Braga: 10.300 resultados
- entrega domicílio churrasco Braga: 1.290 resultados
- entrega casa churrasco Braga: 16.900 resultados
- comida domicílio Braga: 10.700 resultados - o primeiro é um mapa no Google Maps
- refeições domicílio Braga: 12.000 resultados - o primeiro é um mapa no Google Maps

Uma coisa que observei foi que nas várias pesquisas as keyphrases aparecem como Keywords dispersas no texto.
Entretanto lembrei-me de pesquisar por "churrasco Braga". Obtive 78.000 resultados (o primeiro é um mapa no Google Maps) MAS em 5ª posição encontrei o link para o Web site
"Churrascaria Gauchão - rodízio de carnes nobres".
Fui investigar. O mais estranho é que o site é em flash.
Soube recentemente, já não me lembro onde li, que o Google neste momento analisa documentos externos de informação associados a ficheiros flash.
A idade do domínio remonta a 12 de Maio de 2007, tem definido o robots.txt e um sitemap.
Keywords tem no title, meta-description, meta-keywords.
Tem 5 páginas indexadas no Google:
- www.gauchao.com/
- www.gauchao.com/wsgauchao_main.swf
- www.gauchao.com/inscricao_newsletter_gauchao2.swf
- www.gauchao.com/wsgauchao_main_galeria_coimbra.swf
- gauchao.com/braga.html
- gauchao.com/braga_s.html
Comecei a ver quais os principais directórios em que está indexado: Yahoo!, Alexa, e... aí percebi, está indexado no DMOZ.
Ok, se estás no DMOZ então o teu PR aumenta consideravelmente;

Passei à análise de keywords relativas tostas mistas.
- tostas mistas Braga: 2.750 resultados, onde me aparece na primeira página um restaurante: Villa Restaurantes. Claro que voltei a ir investigar o que tornava aquela página um destaque (e não, desta vez não era um ficheiro em flash).
Um pormenor que me chamou à atenção foi que para esta pesquisa, o número de páginas de indexadas em cada um dos Web sites listados é muito menor que nas pesquisas anteriores.

Decidi procurar outras palavras chave: polvo churrasco Braga, polvo grelhado Braga, posta mirandesa Braga, francesinhas Braga,... Bem, como a minha imaginação é pouca, fiquei-me por aqui. O ideal é fazeres este processo com alguém da área de comunicação/markting à tua beira.

Algo que deveria ter feito era a keyword density das páginas mais importantes, isto é, analisar quantas vezes aparece a palavra chave em questão naquela página.

Este é um processo moroso e aborrecido, no entanto convém ter noção de quem é a tua concorrência e o que terás de fazer para supera-la. Neste caso tirei as seguintes conclusões:
- palavras chave como frango no churrasco, churrasqueira, comida domicílio, etc, não vão dar-me grande visibilidade, a concorrência é muito grande e tem vantagens inegáveis que eu inicialmente não irei ter.
- apostar noutras palavras chave, tais como polvo grelhado, lulas grelhadas,... e outras ementas a destacar. A concorrência é menor e o tipo de páginas que se obtêm nos resultados não têm um ranking têm um potencial a nível de PR bastante menor.
- submeter o Web site a directórios como o hotfrog.
- ter por exemplo uma conta no linkedin, facebook, etc...
- criar um blog onde exista um conteúdo interessante associado ao restaurante e aos serviços prestados: por exemplo, podem disponibilizar receitas, dicas, divulgar determinados eventos que ocorram no restaurante, ...
- submeter o Web site a directórios tais como o Yahoo!, Alexa, DMOZ, ...
- investir num bom código e ferramentas como o Google Webmasters Toolkit, Google Geo location,...
- e, pessoalmente, escolhia bem a estrutura do Web site para tentar colocar palavras chave na URL (poderá resultar ou não).

Atenção, não vou estar a entrar em mais pormenores porque, como deves já ter reparado, este post está a ficar enorme. Se quiseres, põe comentários que eu respondendo.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Preferências

Imaginem que têm o mesmo site alojado em duas máquinas distintas. Qual deles é que tem um ranking mais alto? O que estiver em servidor linux.
Pois é, pelos vistos existem motores de busca que entremáquinas linux e Windows dão preferência às de linux (e Google é, ou pelo menos era, um deles).
É claro que esse é peso muito leve quando a ser tomado em consideração, mas mesmo assim, fiquei contente em saber.

Linux++

A controvérsia do alt

O atributo alt pode ser tema de controvérsia. Este atributo surgiu com o objectivo de se prover uma breve descrição texto-equivalente a elementos de uma página HTML tais como imagens e applets ou às tags input e area.

Com a “febre” da acessibilidade Web verificou-se o uso e abuso do alt, nomeadamente no comprimento do texto descritivo ou a descrição de imagens decorativas. De facto, em vários post de diferentes blogs e em artigos publicados, pode ler-se avisos sobre o mau uso do alt, sendo muitas vezes citado como um dos 10 erros mais comuns que os implementadores de páginas Web cometiam (ou cometem). Com a saída da versão 2.0 das WCAG (Web Content Accessibility Guidelines), está contemplado na primeira Guideline que se o conteúdo não-texto seja puramente decorativo então deve ser implementado de forma a que possa ser ignorado por tecnologia assistida. Isto é, imagens decorativas deverão ter um alt=”” ao invés de um alt=”imagem decorativa”.

Ok, então para que estou a escrever este post? Porque acho que as coisas não são assim tão lineares.

Primeiro, vamos focar-nos no ponto: distinguir o que é decorativo ou não, e qual a real importância de uma imagem. Eis uma situação comum, imaginem que têm numa página um link para o endereço de email, antes desse link têm uma imagem de um envelope. Na vossa opinião, essa é uma imagem decorativa? Podemos dizer que sim, mas de facto, esta imagem está lá para reforçar ao utilizador a funcionalidade daquele link. Não é uma imagem de extrema importância, mas é uma imagem indicativa. Como tal, acredito que tem direito pelo menos a um alt=”envio de e-mail”. Por experiência própria, verifico que as pessoas cegas têm, por norma, uma grande necessidade de saberem como é o mundo que nós vemos, e com todos os pormenores incluídos. Para eles, faz diferença saberem se alí está uma imagem representativa ou não.

Segundo, a perspectiva SEO. Já foquei num post anterior que os alt são uma fonte de keywords para os motores de busca. Portanto, numa perspectiva de optimização, é proveitoso aproveitar também estas imagens. Portanto, poderíamos passar a ter um alt=”e-mail para XPTO” onde XPTO representa a empresa/serviço em questão.

No entanto, imagens e elementos decorativos sempre vão existir e depende da nossa sensatez o conteúdo que vamos atribuir a cada um dos alt. Mas deixo desde já uma sugestão, porque não usar as imagens decorativas em background manipulando o layout com stylesheets? Esta é, sem dúvida, a maneira mais prática, eficaz e limpa de se trabalhar o design de um Web site.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Novas Oportunidades

Nos últimos dois anos tem vindo a crescer a população que frequenta os cursos das Novas Oportunidades. A par com esses cursos veio a facilitação, para quem os frequenta, de portáteis a preços baixos e com uma ligação à Internet durante um ano. É dado um valor inicial de 150€ e mensalmente custa cerca de 20€ (durante 1 ano). Mas não é só aos formandos das Novas Oportunidades que é dada a possibilidade de aquisição de portáteis a uma módica quantia, tal também acontece com os professores e os alunos entre o 5º e 12º ano com o programa e-escola.

Por experiência própria, tenho visto uma grande adesão por parte destas populações a estes programas. O número de proprietários de portáteis aumentou consideravelmente e com ele o número de utilizadores Web.

Especificamente em relação aos utilizadores provenientes das Novas Oportunidades verifica-se que uma grande percentagem são pessoas com algumas dificuldades na utilização da Web e seus serviços. Tal pode acontecer por vários motivos:

  • Dificuldade na aprendizagem e sistematização de novas tarefas. Os motivos que levam a essa dificuldade são vários, podem provir de uma real dificuldade cognitiva ou simplesmente do cansaço mental de quem levou uma vida de canseira. É preciso recordar que existe uma grande percentagem de pessoas acima dos 45 anos a frequentar estes cursos.
  • Dificuldade na utilização do material. Verifico em muitos dos meus formandos e nos utilizadores de PCs que me rodeiam, que o uso do rato pode realmente ser problemático. É extremamente vulgar, e atenção que é realmente vulgar (1 em cada 4), verificar que uma pessoa ao fim de 6 meses ainda tem dificuldade em movimentar o rato ou simplesmente dar os dois famosos cliques para abrir uma aplicação ou um link. Tal pode acontecer por diversas razões. Doenças como o reumatismo, atrozes são corriqueiras nesta população. Torna-se bastante difícil para a pessoa em causa conseguir segurar o rato de uma forma firme e por vezes, sem dor. Em alturas de humidade o tempo útil de utilização do rato diminui. Nestes casos o duplo clique é realmente problemático. O rato tipo touchpad inerente aos portáteis permite uma utilização mais eficiente mas por alguma razão que ainda não descobri, as pessoas continuam a evitar usa-lo (tenho algumas teorias mas é cedo demais para expo-las). Por outro lado, existem algumas pessoas com tremuras. Para essas, acertar com o rato "na mucha" é quase "missão impossível". Neste caso costumo diminuir a velocidade do rato e aumentar a resolução do ecrã, mas o problema delas são mesmo as tremuras e não a má visão. Mas já que se fala de má visão convém referir que esta é realmente uma das razões que levam ao utilizador "clicar fora do penico". E acreditem, nos dias que correm, a quantidade de utilizadores sem dinheiro para comprar/mudar um par de óculos é enorme. Acredito também que dentro dos utilizadores que têm problemas com a utilização do rato estejam alguns com dificuldades de coordenação de movimentos, mas são os que passam mais despercebidos.
  • Um acto que merece ter destaque é o scrolling. É difícil para alguém com problemas na utilização do rato fazer scrolling. Para quem não está habituado a utilizar um computador, fazer scrolling não é intuitivo. E pelos vistos (agradeço ao Ivo Gomes a informação que me deu) tal não acontece só com adultos, também pode acontecer com crianças.
  • Triagem e compreensão da informação. Não é novidade, aliás é já uma questão antiga, que na Web há “excesso” de informação. Ok, nunca há excesso de informação, pode é existir uma grande quantidade de informação, relacionada ou não, com uma pergunta específica. Agora, triar essa informação é problemático para alguém que não está habituado a realizar raciocínios mentais ou simplesmente porque tem uma preguiça inata para "ler as instruções". Ultrapassando a parte da triagem de informação chega-se à parte de compreensão da informação. Às duas razões referidas anteriormente acrescenta-se mais algumas: a falta de vocabulário (isso existe, acreditem) e algo que me ultrapassa: as pessoas sabem ler mas não sabem interpretar o que leem, principalmente se sentirem inseguras. E atenção que isto é um caso genérico e não só referente a quem frequenta os cursos das Novas Oportunidades.

Embora este post esteja essencialmente focado na população que frequenta os cursos das Novas Oportunidades, a maioria das razões aplica-se também aos professores e restante população. Nestes ainda se acrescenta mais um motivo: o "embirranço" da utilização do computador. Existem pessoas que não gostam de utilizar o computador. Apenas o fazem por necessidade. Essas pessoas têm uma resistência inata à aprendizagem da utilização da ferramenta que dispoem quer esta seja o computador ou a Internet. E essas pessoas são ainda mais numerosas do que aquilo que podemos pensar. Ainda a semana passada descobri uma que me surpreendeu deveras. É uma moça nova, 30 aninhos, que convivo quase diariamente com ela, somos boas amigas, é muito inteligente, trabalha na área de comunicação, é aventureira, tem computador e portátil à anos, já trabalhou em multinacionais e para configurar/personalizar o perfil dela no facebook foi um "31", isto tudo simplesmente porque detesta computadores. Fiquei parva, apeteceu-me bater-lhe e fiquei irritada comigo própria por não me ter apercebido à mais tempo.

Por isso boa gente, eles andam aí, os utilizadores da Web com dificuldades é em maior número do que aquele que pensamos ver. Muitos deles estão escondidos, camuflados ou simplesmente fora do nosso mundo diário. E é também para eles que concebemos e implementamos Web sites.

domingo, 17 de maio de 2009

Vantagens económicas da Acessibilidade Web

Embora a maior parte das empresas ainda não tenha tomado consciência de tal (e realmente isso verifica-se), existem muitas vantagens económicas de um Web site ser acessível. Já não vou sequer abordar a questão de SEO e de usabilidade. Neste post, vou ficar-me apenas na parte de acessibilidade. Neste post existe uma grande ligação com o que escrevi em Acessibilidade Web e tecnologia mas tentarei não me repetir.

Para mim, uma das mais evidentes é o facto de o Web site poder ser visualizado com qualidade em diferentes dispositivos que não um PC/portátil: iPhone, iTouche, in-car browsers, telemóveis, notebooks, ... e outros gadgets que continuam a surgir. Em geral, público que utiliza este tipo de tecnologia tem poder de compra, investe e em geral tem a tendência de efectuar as suas aquisições de produtos e serviços através da Web. Eu por mim falo, hoje em dia só vou às lojas por curiosidade e descontracção. Se preciso de algo, nem as páginas amarelas consulto, vou à Web. Neste post vou também saltar a parte de "o que é preciso para visualizar um Web site com qualidade em diferentes dispositivos tecnológicos" e o porquê de tal.

Tomando em consideração do ponto acima abordado, entramos no ponto do aumento de utilizadores que consultam e utilizam o Web site. Um Web site acessível é possível ser visualizado por um maior número de pessoas. Com o aumento de utilizadores vem um aumento da probabilidade de aquisição de produtos/serviços e divulgação da marca/empresa. Sim, porque o um Web site é uma forma directa de marketing.

Um outro motivo é o factor social, o respeito para com os outros, dando-lhes igual oportunidade de acesso à informação. Cada vez mais as empresas se agarram a este motivo para divulgarem a sua marca. Recentemente vemos a edp a referir o seu respeito pelo meio ambiente, a danone com informação em braile nos iogurtes (descobri isto ontem mas já deve existir à algum tempo), a swatch que na compra de um determinado produto dá uma percentagem para uma instituição social. Infelizmente, atenção que não estou a referir-me a estes casos em específico, este motivo é utilizado muitas vezes hipocritamente apenas por uma questão de marketing.

Outro ponto de vista é o legal. Por todo o mundo, em alguns países mais do que outros, existem leis que determinam que Web sites específicos têm de ser acessíveis. Em Portugal existe a resolução do Conselho de Ministros nº 155/2007 que obriga os Web sites do Governo ou de serviços públicos a respeitarem um nível de conformidade AA ou A (consoante o propósito do Web site). No entanto é preciso não esquecer que Portugal pertence à União Europeia e que mais tarde ou mais cedo teremos de respeitar as normas por ela estabelecidas. Mais ainda, convém a um Web site com projecção internacional cumprir as leis dos diferentes países em que quer estar inserido.

A nível de custos de manutenção existe também uma vantagem num Web site acessível. Em geral, estes Web sites têm os estilos definidos num ficheiro à parte. A rapidez com que altera o visual/conteúdo é muito maior, poupando-se assim no custo na equipa técnica a realizar a operação.


Um Web site acessível acaba por ter uma maior visibilidade, isto porque tem uma maior propensão a ter um melhor ranking. De facto, Serch Engine Optimization beneficia muito com a implementação acessibilidade. Tal acontece porque ao providenciar texto alternativo em imagens, vídeo, ficheiros de áudio, flash, títulos em links estamos a criar um conjunto de keywords que são assimiladas e indexadas pelos motores de busca. Existe também o motivo óbvio de um bom código HTML ser extremamente valorizado por os motores de busca.

Podia ficar outros factores tais como a rapidez de download das páginas, a qualidade do conteúdo, a rápida identificação do conteúdo dentro do Web site,... , mas creio que aí iria repetir muito o que disse em posts anteriores.

Empresários que leram este post: espero que vos tenha convencido a procurarem uma empresa que vos garanta uma boa implementação do Web site, mesmo que a curto prazo tenham de abrir um pouco mais os cordões à bolsa. Como puderam perceber, existem vantagens reais para investirem num bom Web site.

terça-feira, 12 de maio de 2009

A importância do title e dos cabeçalhos

Este post pode parecer estranho, mas infelizmente, acho que é bastante necessário.

<title>

Dita a W3C que um documento HTML é constituído pela head, o body e dentro da head está definido o título do documento (aquela tag <title> site XPTO </title> ). Para quem ainda não sabe, e embora pareça estar a ser muito cínica, acreditem, há quem não saiba, este título identifica o documento HTML perante a Web. Pode fazer-se a analogia que o título de um documento equivale ao nosso nome no BI. Portanto, é necessário escolher os títulos cuidadosamente, de forma a que estes realmente façam sentido e ajudem o utilizador a orientar-se (quando temos o browser aberto é o título da página que selê no topo da janela e que é adicionado aos favoritos).
Portanto, dentro de um Web site, é aconselhável que cada documento (página HTML) tenha o seu próprio title, por exemplo: XPTO - contactos, XPTO - serviços, XPTO - produtos, ....
Um outro ponto que convém ser levado em ALTA consideração é ser no título o primeiro local que um search engine procura keywords. Portanto o ideal seria: faz francesinhas, tira café - XPTO - contactos; faz francesinhas, tira café - XPTO - serviços; faz francesinhas, tira café - XPTO - produtos. Desta forma, sempre que alguém procurasse por "faz francesinhas" a empresa XPTO era das primeiras a aparecer no ranking. Atenção, de forma alguma quero abordar neste post o tema da escolha de keywords.

<h1>

O cabeçalho <h1> existe por alguma razão e DEVE ser SEMPRE utilizada.
Tenho vindo a reparar, e corrijam-me se estiver enganada, que muitos CMS não definem <h1>. Não sei se é defeito dos CMS ou de quem os utiliza. Estupidamente, continuo a usar o editor de texto para escrever o meu HTML à pata.
Ora bem, à partida todas as páginas têm um título. Essencialmente, esse título indica o início da página e identifica quais os conteúdos da página em questão. Portanto, é boa política a nível de usabilidade ser utilizado. A nível de acessibilidade é imperativo ser utilizado. Alguém que está a "ver" a página através do leitor de texto identifica o título da página através do cabeçalho, se ele não existir, torna-se mais confuso para a pessoa conseguir localizar-se e orientar-se dentro da vária informação existente. Mais ainda, um documento sem <h1> o documento pode passar no validador HTML da W3C, mas não passa nos validadores de acessibilidade. E atenção SÓ pode haver UM <h1> por página (como é obvio).
E a cereja no cimo do bolo é a nível de SEO: as keywords do cabeçalho principal da página são altamente levadas em consideração pelos motores de busca.


<h2>, <h3>, ...

Mais uma vez, se estas tags existem, por alguma razão é.
Ao contrário de <h1>, a existência destes cabeçalhos não é mandatória. No entanto, dão jeito. A nível de estruturação de conteúdos são óptimas. Lembro-me de estar a avaliar o Web site da câmara de Sta. Maria da Feira com uma amiga minha que é invisual e ela estar a dizer-me: olha, este site está mesmo fixe, têm títulos e tudo! Para ela é extremamente importante saber qual o ênfase de cada conteúdo dentro de uma página e através dos diferentes tipos de cabeçalho ela consegue ter essa noção.
Mais uma vez, a nível de SEO, estes cabeçalhos são também cerejas no meio do chantilly.
Mas atenção, a ordem de utilização dos cabeçalhos tem de ser coerente, não podem existir <h3> se não existir pelo menos um <h2>.


Espero que neste post vos ter convencido a utilizarem umas das mais antigas tags do HTML!!!

domingo, 3 de maio de 2009

Web sites e Empresas

Já de há alguns anos para cá as empresas têm requerido o seu espaço na Internet. Mesmo as pequenas empresas familiares apostam na sua presença na Web como uma forma de publicitar os seus serviços. No entanto, ainda hoje é comum a filosofia das "páginas amarelas". A filosofia das páginas amarelas é aquela onde as empresas têm um site com duas ou três páginas (homepage, contactos e a outra para fazer feitio) e o endereço Web impresso nos cartões de visita. Ou seja, se fizermos uma procura no Google pelo tipo de serviço que aquela empresa presta, nem na décima página o Web site aparece.


Ora bem, acredito que essa perspectiva de um Web site já está, ou deveria estar, ultrapassada. As empresas já não deviam ter o seu Web site apenas porque toda a gente tem, mas sim por uma forma de extensão do negócio, aumentando assim o público alvo.

Acontece porém que, construir um Web site só porque se quer ter o endereço no cartão de visita ou construir um Web site que vise atingir uma grande audiência são duas perspectivas diferentes, que se podem estender a diferentes abordagens no design e implementação.

No último caso, a SEO tem de ser levada em grande consideração bem como é necessário existir uma monitorização do Web site de forma a analisar o comportamento dos visitantes e fazer constantes melhorias (quer a nível de informação, quer a nível de estrutura). Em determinados casos, verifica-se que a tendência de utilização de uma certa página justifica o desdobramento desta em várias, fazendo-se portanto uma alteração à estrutura do Web site. Noutros, torna-se necessário redefinir keywords ou reformular textos. É possível também jogar com o layout e o tipo de audiência que costuma visitar o Web site. Graças ao Google Analytics e ferramentas similares, é possível sabermos características muito específicas da maioria dos nossos visitantes: tipo de ligação, browser utilizado, resoluções de ecran,...

No entanto, este tipo de abordagem significa mais custos para a empresa tendo por consequência a pouca procura deste tipo de serviços. Por outro lado, nem todos os clientes têm a consciência, mesmo quando explicado, da vantagem de um Web site SEO.

Acredito sinceramente que é necessário a mudança da mentalidade das empresas portuguesas. O futuro do comércio de bens e serviços passa pela Web, e como tal é necessário estar em primeiro lugar. Não é de forma alguma um cartão de visita que vai conseguir que um Web site apareça na lista dos 30 primeiros. Portanto, empresas, que tal pensarem um pouco mais no assunto e começarem a investir num Web site feito à vossa medida?

Web Design - Usabilidade

Hoje em dia, designers e programadores já estão conscientes da necessidade que um Web site tem em ser usável. De facto, é o aspecto do Web site que nos atrai, o conteúdo que nos cativa mas, se o caminho para o conhecimento for tortuoso, nós desistimos da procura e vamos embora. São portanto, vários os aspectos que temos de ter em conta de forma a facilitarmos a navegação do utilizador.

Em primeiro lugar, atenção ao tempo de carregamento da página. Creio que não é preciso explicar que ninguém gosta de estar muito tempo à espera que a informação chegue. Existem muitas variáveis a tomar em conta para diminuir o tempo de download de uma página. Contudo, tal não será abordado neste post.

Os menus devem de estar bem identificados, indicando explicitamente o conteúdo de cada página. Da mesma forma, o conteúdo deve de estar claramente definido e visível. Tal, permite ao utilizador um reconhecimento rápido da informação que procura. Como sabemos, a rapidez de acesso à informação é uma variável muito importante para o sucesso de um Web site. Mais ainda, se um utilizador não encontra o que procura, ou está a ter muito trabalho a encontrar o que procura, a probabilidade de abandonar o Web site é grande.
Creio que, acima de tudo, tem de existir uma boa estruturação de menus, submenus e conteúdo (isto é, de toda a informação existente no Web site).
Nos menus secundários, convém que não estejam tão evidenciados quanto os menus principais. Tal também se aplica para caixas de pesquisa, subscrições de newsletters, acessos a áreas restritas,...

Algo muito importante é a consistência visual do design ao longo do Web site. Ora vejam um exemplo: http://ww1.rtp.pt/wportal/sites/ (este Web site foi já indicado pelo Ivo Gomes num dos seus posts, mas eu vou aproveitar o exemplo). Quando existe uma mudança de layout, temos de reaprender a navegar e a procurar a informação dentro da página. Muitas vezes podemos sentir que já não nos encontramos dentro do mesmo Web site.
É possível também relacionar este ponto com o tópico abordado no post anterior: o conteúdo. De facto, a imagem de um Web site é também uma questão de marketing, ora, uma imagem que não seja uniforme não é um bom marketing.

Existem elementos cuja a presença numa página é sempre benéfica. Por exemplo, logótipos. As pessoas tendem a reconhecer mais facilmente que uma dada página faz parte de um determinado Web site se esta estiver "marcada" como logótipo da empresa/serviço. No caso do site da RTP, este é de facto o único indicador que estamos sempre dentro do mesmo Web site, independentemente da secção que estamos a visitar.
Um rodapé onde estão, pelo menos, os links para uma página com contactos, mapa do site, informação legal. Este também ajuda os utilizadores a reconhecerem que estão no fim da página e que não existe mais informação a visualizar.
Títulos. Os títulos são essenciais. Ajudam a localizarmos-nos dentro do Web site, sabendo sempre qual é a secção que estamos a visitar.

Por fim, convém ter em conta que usabilidade e acessibilidade andam de mão dada. Atenção, acessibilidade não implica usabilidade e usabilidade não implica acessibilidade. No entanto, um Web site acessível tem uma grande probabilidade de ser usável.

terça-feira, 28 de abril de 2009

SEO e HTML inválido

Acabei de fazer uma pesquisa por Optimização Motores de Busca.
Logo a primeira empresa que aparece na lista e que diz prestar serviços na área tem o HTML da página inválido. Aliás, ela consegue chegar à modica quantia de 45 erros no HTML, segundo o validador da W3c.
A segunda apresenta 70 erros no HTML.
E para finalizar...a terceira tem... 148 erros!!!

Realmente, com um resultado destes têm mesmo muita credibilidade.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Web design - Conteúdo

Para mim, este ponto e o da usabilidade são os mais importantes. Peço desculpa a todos os designers, mas para aqueles que já me conhecem, sabem que eu prefiro um Web site simples mas usável e com um bom conteúdo.

Relativamente ao conteúdo, é na minha opinião, necessário entrar na equipa que está a conceber o Web site alguém com conhecimento nas áreas de Comunicação e Marketing. Isto porque? Ora bem, o design capta a atenção do utilizador, mas é o conteúdo que o vai convencer a navegar no Web site. Quem melhor do que alguém da área de comunicação, que está habituado a fazer a comunicação e marketing de uma empresa através dos meios convencionais, para “vender” a empresa/serviço através da Web? Sim, porque é importante compreender que neste momento a Web não é de forma alguma uma lista das “páginas amarelas”. A competição entre empresas/serviços é grande e o número de telefone não convence ninguém a comprar um produto/serviço.

O que se deve, então, ter em conta na parte do conteúdo do Web site? Ora bem, primeiro que tudo, conhecer o público alvo e pensar que o Web site é dirigido a este e em específico a este. É evidente que a linguagem em que se expõem um texto não é de forma alguma igual se o público alvo forem crianças ou adultos, se for uma empresa, uma instituição religiosa ou um Web site de entretenimento. Para além disso, é preciso promover e “vender” através do conteúdo, daí que alguém com conhecimentos em marketing ser útil.

A homepage é a porta de “boas vindas” do Web. Desta forma existem inúmeras vantagens em definir e clarificar o propósito do Web site nesta página. O texto deve ser bastante curto e convidativo. Lembrem-se, é mais por causa do sorriso e da mensagem de boas vindas que entramos numa loja, do que realmente pela necessidade. Ninguém gosta de entrar numa loja onde os empregados apresentam uma cara fechada e antipática.

Torna-se também necessário conhecer a mentalidade, em preferência, do país em que o Web site vai ser promovido. Por exemplo, em Portugal factores como a presença de logótipos oficiais, certificações de qualidade, liberdade de expressão, áreas de acesso restrito, um aspecto de mudança, modernidade, a presença de suporte técnico, são uma mais valia. Se considerarmos países onde existe uma descriminação entre sexos ou não existe a presença de uma democracia, o cenário muda completamente.

A linguagem deve ser correcta, clara e acessível a qualquer um. Atenção aos erros gramaticais, nada melhor do que isso para desacreditar a imagem de uma empresa/serviço.

Os títulos devem existir, ser apelativos e descritivos. Este é também um elemento directamente relacionado com a usabilidade. Mais tarde voltarei a aborda-lo.

Textos curtos e objectivos são os preferidos! Esta frase pode até ser usada como um slogan. Mas é verdade, se virmos um texto longo não nos sentimos tão cativados para o ler. Para além disso, convém manter sempre a mesma linha de pensamento durante o texto e evitar a dispersão.
Textos com informação “a mais” tornam-se cansativos e afastam os utilizadores que procuram apenas as informações que precisam. Uma solução é a utilização de links para páginas mais descritivas, mantendo a página principal com um conteúdo breve e de rápida leitura. Lembrem-se que o tempo é uma variável muito importante para que navega na Web.

Web Design - Apresentação

A primeira impressão que um utilizador tem de um Web site é a sua homepage. Uma homepage atractiva convida o utilizador a explorar o Web site.
Em primeiro lugar, há que ter atenção às cores. Estas podem dar vida ao Web site, mas quando não estão bem conjugadas podem dar origem a um visual confuso ou quase ilegível. Neste ponto é necessário ter cuidado com pessoas daltónicas, que não conseguem distinguir duas ou mais cores. Portanto, convém confirmar que mesmo a preto e branco, esse Web site continua legível e atraente, tendo em particular atenção a cores que são utilizadas como contraste mas que pertencem ao mesmo espectro.
Continuando com as cores utilizados no layout do Web site, é relembrar que à cor está por vezes associado um significado e/ou sentimento. Embora muitas pessoas não saibam enumerar o significado e/ou sentimento que uma cor transmite, inconscientemente elas são afectadas por tal.

Na mesma linha de pensamento, pode-se falar do significado das formas utilizadas. Rectângulos, círculos ou triângulos transmitem diferentes mensagens e sentimentos.

Um terceiro ponto é o tipo de letra utilizado. Por razões obvias, é sempre positivo utilizar uma letras legível. No entanto, para diferentes objectivos podem-se aplicar diferentes tipos de letras. Por exemplo, segundo diversos estudos, Schoolbook, Verdana e Courier apresentam um melhor tempo de leitura, enquanto que Tahoma, Geórgia e Courrier são consideradas mais legíveis. Atenção, estamos a considerar um cenário extremo. Com isto não quero dizer, de forma alguma que os Web sites devam de utilizar estas fontes, apenas quero alertar ao facto de diferentes tipos de letra terem diferentes utilidades. O lettering é também algo que se deve ter em conta.

A dimensão do layout, ou seja, como este é visualizado no monitor, é um aspecto a considerar, tanto por uma questão estética como também de usabilidade. Uma página em que eu consiga ver por completo o seu layout é mais atractiva.


Já agora em que começamos falar de usabilidade, podemos considerar várias questões que estão também directamente relacionadas com esta. Por exemplo, a localização no espaço físico da apresentação do Web site, anúncios/banners, a caixa de pesquisa, a entrada para a área restrita, menus e, por fim, o conteúdo. É claro que existem mais elementos que podem fazer parte de uma página, mas se vou enumera-los a todos, a probabilidade de me esquecer de algum é grande e não creio que seja relevante para este post.

Em jeito de conclusão, sou da opinião que um designer com conhecimentos em HTML e CSS é uma mais valia para a equipa que está a conceber o Web site.

Um pouco sobre Web design

Vou falar-vos um pouco sobre a minha perspectiva sobre Web design. Tenho uma opinião muito própria sobre o assunto e por consequência pode ser alvo de muitas observações.

Para começar, um bom Web design não é ter um Web site bonito. Infelizmente, ainda há muita gente, incluindo designers, que não compreendem isto. Aliás, a aparência de um Web site é apenas um dentro dos vários aspectos a considerar para um bom Web design.

Dos vários livros que li, Web sites em que pesquisei e artigos que folhei, encontrei sempre referência a três partes distintas do Web design: a apresentação, o conteúdo e usabilidade.
Ora bem, eu não vou abordar o tema dessa maneira, vou enumerar vários pontos, mas convém que fiquem com esta ideia em mente.

De início pensei fazer apenas um post sobre o tema, mas à medida que fui escrevendo cheguei À conclusão que seria melhor dividi-lo, tal como fiz com os posts sobre Acessibilidade.

sábado, 25 de abril de 2009

SEO - Search Engine Optimization

Na minha opinião, o tema revelação de 2008 foi o tópico Optimização de Web sites para motores de Busca. Atenção, com isto não quero dizer que fosse um assunto só descutido a
partir de 2008, mas sim, que começou a estar em evidência durante o ano passado.

O que é SEO? Em breves palavras e em português corrente, é o conjunto de técnicas
utilizadas para optimizar um Web site de forma a este ser rapidamente encontrado através
de um motor de busca (como por exemplo o Google) e uma vez encontrado, estar entre
os primeiros Web sites a aparecer na lista de resultados.

Através das minhas leituras e pesquisas sobre o tema, tenho aprendido coisas muito interessantes. É claro que eu já tinha uma ideia que a qualidade do código HTML era algo muito importante, mas há outros pequenos pormenores que achei curioso o valor que têm para a melhoria SEO de um Web site.

Em breve resumo, vou dizer alguns pequenos truques que devem ser utilizados num Web site SEO. Atenção que, embora seja válida para qualquer motor de busca, estão mais focados para o Google, uma vez que é o motor de busca mais famoso em Portugal.

Em primeiro lugar, a URL. Vou escrever uma expressão que soa a jogador de futebol, mas
que convém ter sempre em mente: o crawler começa a ler a página no princípio e termina no fim. É ou não é uma expressão digna de estar na lista das observações evidentes? Pois é, mas
muitas das pessoas esquecem-se disto.
Portanto, no princípio está a URL. Se as keywords estiverem na URL é um ponto positivo.
Ora, na URL aparecem também o nome dos ficheiros html/php/asp/perl/... que correspondem
às diferentes páginas do Web site. Portanto, estes nomes podem também funcionar como
keywords. Neste ponto pode-se também incluir os diferentes ficheiros que vão aparecendo
ao longo do código HTML da página: imagens, documentos,…

Segundo ponto: o título do documento. Este ponto é muito importante. Primeiro, se o documento
não tiver um título então não tem um código HTML válido (e acreditem, ainda existem sites sem
título), logo, é um ponto negativo. Depois, ora pensem bem, qual é a segunda informação mais relevante existente no código HTML? O título do documento. Portanto, keywords no título são
dois pontos positivos.

Tags meta: são importantes. Nem todos os motores de busca as encaram da mesma forma, por exemplo, os atributos keywords e description não têm tanto valor para o Google como para o Yahoo ou o DMOZ. No entanto, a nível de SEO, de forma alguma nos podemos focar para um determinado motor de busca, aliás, isso vai contra o conceito de optimização para motores de busca. Portanto, é sempre bom incluir meta tags com alguns atributos básicos, como a decrição e as keywords.

Tal como referi em cima, o crawler começa a ler a página no princípio e termina no fim. E lê tudo de seguida! Isto é, lê o que é importante e o que é “palha”. Com isto quero abordar a questão da presença de folhas de estilos e ficheiros javascript. Hoje em dia, nos mais diversos Web sites (já para não falar em livros) que ensinam CSS e javascript aconselham que se utilizem ficheiros à parte e que estes sejam incluídos na head do documento HTML através da tag link. Quais as razões do benefício? Várias, eis as mais importantes:
1 – Diminui consideravelmente o código existente na página HTML, ou seja, o crawler não se depara com tanta “palha” a nível de informação de conteúdos.
2 – Os ficheiros (folhas de estilo e javascript) são carregados uma vez. Sempre que existe um reload à pagina, estes ficheiros já se encontram em cache. Como consequência tem-se um carregamento mais rápido (principalmente se tomarmos em conta a presença de imagens nestes ficheiros).
Neste ponto, não são discutidas as vantagens técnicas da presença de folhas de estilo ou ficheiros javascript. Este post foi pensado para dar uma perspectiva mais genérica de técnicas SEO.

Passe-mos agora para o body do documento.

Primeira coisa a ter em atenção, e isto é muito importante. A presença do título, com a tag h1. Tenho notado que muitos CMS não inserem a tag h1, ou pelo menos as pessoas que os utilizam, com a referência do título da página. Tal é errado. Primeiro porque, a seguir ao title do documento, as tags mais valorizadas são as dos títulos, seguindo-se os atributos title das âncoras e finalmente passando para o atributo alt nas imagens. Por isso, keywords nos títulos, ou em todos estes atributos que acabei de descrever, são dois pontos positivos. Segundo, um código HTML válido é extremamente valorizado pelos motores de busca, aliás, para alguns, tal como o DMOZ é o mais valorizado. Ora, uma página sem a presença do título principal não tem um HTML válido. Portanto, mais um ponto positivo.

Agora, perguntam-se porque me preocupo tanto com o DMOZ. É fácil, o Google vai buscar para a sua indexação a indexação do DMOZ, sendo esses Web sites mais valorizados. Logo, se um Web site estiver no DMOZ, então, não só está no Google, como também tem uma maior cotação a nível de ranking.

Atenção ao código HTML: código validado tem dois pontos positivos, código que não passa nos validadores tem dois pontos negativos.

Conteúdo: quantas mais vezes aparecerem as keywords no texto melhor. As razões são obvias.

Agora, um pormenor interessante, o alojamento. Parece incrível mas tal também conta. Sabiam que apesar de tudo existe uma preferência por parte dos motores de busca por Web sites alojados em servidores linux? E sabiam que se um site for, por exemplo, xxxx.pt então existem vantagens em estes estarem alojados em servidores localizados em Portugal?

Agora, algo muito importante. Como toda a gente sabe, e se não sabiam “shame on you”, para que um motor de busca indexe um Web site mais rapidamente convém submeter a URL nos diferentes motores de busca. Desta forma eles ganham mais rapidamente conhecimento da existência do Web site. No entanto, por exemplo o Google, só indexa um Web site que tenha pelo menos um link a apontar para ele. Não adianta, portanto, submeter uma Web site que não é referido na Web por mais ninguém.

E para finalizar esta lista das técnicas mais importantes, sim, porque há mais, é importante que o Web site tenha um bom Web design. Atenção, um bom Web design não significa que o site seja bonito. Mas tal vai ser discutido no próximo post.

domingo, 19 de abril de 2009

Por favor, música não!

Mais uma vez, esta semana, deparei-me com um cliente que quer música no web site. Ou melhor, quer que ao abrir o web site toque uma musiquinha de fundo...
Boa gente, quando é que vocês vão compreender que poucos são os utilizadores que realmente gostam de web sites com música a tocar?

Pessoalmente, quando faço uma pesquisa no google costumo abrir numa série de tabs com as páginas que me interessam visitar. Se por acaso começo a ouvir uma musiquinha de fundo, procuro desesperadamente qual é a tab em questão e fecho-a sem sequer olhar para o conteúdo.

Agora, a todos aqueles que acham que eu sou uma das poucas excepções e que eu tenho mau feitio: experimentem abrir uma série de tabs, onde duas ou três toquem uma musiquinha. Bela sinfonia, não? Podem dizer-me: "o pessoal que não abra vários sites ao mesmo tempo". Gente: NÃO SÃO OS UTILIZADORES QUE TÊM DE VOS AGRADAR, MAS SIM VOCÊS A ELES. Um web site não é construído (ou não deveria ser) para quem o encomenda mas sim para o público alvo de quem o encomenda.

Vou pôr-vos agora outra situação, há pessoas, sim HÁ PESSOAS, que utilizam software de voz para a leitura de páginas de Internet (sim, aquele pessoal que vê mal ou que não vê). Agora tentem imaginar o que é alguém a tentar concentrar-se a ouvir o que o software de voz lhe diz, com a "musiquinha" a tocar. Mais ainda, em geral, as musiquinhas estão embutidas nas páginas através de ficheiros em flash. Ao tentar navegar-se numa página através do teclado, a partir do momento em que se chega ao objecto de flash, não é possível sair desse objecto. Só mesmo fazendo reload ou tentar clicar com o rato num outro sítio qualquer da página. Ora tal não é verdadeiramente muito acessível, ou é?

Terceiro ponto, lembram-se daqueles dias em que estão com uma daquelas dores de cabeça que mal conseguem mexer-se? Ou então uma daquelas dor de dentes que vos deixa irritados com tudo e com todos, sem paciência para nada?

Agora digam-me, será que todos estes utilizadores não merecem um pouco de consideração? É que a solução é fácil, ponham a questão da musiquinha de fundo como uma opção para o utilizador e não como uma obrigatoriedade logo à partida.

Acessibilidade Web e tecnologia

Até agora os meus posts foram apenas uma introdução à acessibilidade Web, o que é e para quem é.
Para terminar esta série de posts mais teóricos, falta-me fazer o enquadramento da acessibilidade Web numa vertente mais tecnológica.
Em geral, quando tento explicar às pessoas o impacto da acessibilidade Web a nível tecnológico, costumo dividir este grupo de utilizadores em quatro subgrupos: aqueles que acedem à Internet através de hardware alternativo, os que utilizam software alternativo, os que têm uma ligação à Internet com pouca largura de banda e nos restantes, onde se destacam os utilizadores que não tem acesso a equipamento/software actual.

O primeiro grupo é, na minha opinião, bastante importante. Não pelo tipo de utilizadores em si, pois estes não são humanamente mais especiais do que os restantes, mas porque economicamente traz vantagens às empresas acederem a eles. Mas este assunto irá ser discutido num post posterior.
Quais podem ser então os dispositivos alternativos de navegação na Internet? Muito fácil, MIDs (Mobile Internet Devices) ou seja, PDAs, iPhone, iTouch, telemóveis, in-car browsers, notebooks,... Mais importante ainda, e convém frisar, esta é uma área tecnológica onde constantemente estão a surgir novos dispositivos para as mais variadas funções e utilizações.
Nem todos estes dispositivos possuem todas as funcionalidades de web browser tradicional, para além de termos de considerar que a área de visualização de uma página web é bastante menor que a de um monitor. Um exemplo são por exemplos os telemóveis Samsung SGH-I600 que não conseguem navegar correctamente em Web sites com frames.

No segundo grupo, encontram-se os utilizadores de Web browsers não tão vulgarmente utilizados: Firefox, Safari, Opera, Chrome, entre outros. Eis alguma informação sobre o uso de diferentes Web browsers: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Web_browser_usage_share.svg . Como é possível ver, estes utilizadores já ocupam uma quota de mercado de cerca 33%. Creio que já é uma percentagem bastante significativa para as suas necessidades continuarem a ser ignoradas.

O terceiro grupo costuma, infelizmente, ser bastante esquecido. Na verdade, segundo a ANACOM, durante o último trimestre de 2008 58,7% dos acessos à Internet eram realizados através banda móvel. Um link onde se pode obter mais informação é http://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=837483 . Convém ter consciência que uma parte destes acessos corresponde a uma largura de banda inferior a 2M, isto se na sua zona estiver coberta por 3G e o operador cumprir com o seu contracto (http://tek.sapo.pt/noticias/internet/operadores_nao_cumprem_largura_de_banda_contr_879495.html).

Relativamente ao quarto grupo, acontece um pouco como o terceiro. Esquecemos-nos muitas vezes que nem todas as pessoas possuem um poder de compra que lhes permita uma actualização constante do seu equipamento, o que obriga à utilização de versões mais antigas de software. Mais ainda, uma parte da população não tem hábitos de realizar a manutenção do seu computador, isto é, realizar actualizações do sistema operativo, limpeza de disco, desfragmentação do disco, utilização de anti-spyware, para além de terem a tendência de encherem os discos com "tralha" ao ponto de o sistema operativo não ter quase espaço para a realização de tarefas básicas, o que tem repercussões no desempenho do software, nomeadamente o browser.

Espero ter sido o suficientemente clara neste ponto e que após a leitura deste post, quando forem conceber, desenhar e implementar um web site tenham em consideração estes utilizadores, entre os quais eu me encontro.

terça-feira, 31 de março de 2009

Acessibilidade Web - limitação cognitiva

Num primeiro impacto, quando se fala de um indivíduo com limitação cognitiva existe a tendência, infelizmente, de associar a imagem de alguém com um atraso mental. Digo isto porque tenho feito esta pergunta a várias pessoas e a resposta é sempre a mesma.
Pois desenganem-se. O grupo de pessoas com limitação cognitiva é mais amplo.
Antes de mais convirá esclarecer o que é uma função cognitiva. Fazem parte das funções cognitivas a memória (adquirir, reter e recordar informação), a linguagem (compreender e utilizar), a atenção (focalizar, manter e dividir a atenção), o processamento de informação adquirida através dos cinco sentidos, a imagem mental (reconhecer objectos, classificá-los e situá-los no espaço) e a resolução de problemas.

Sem recorrermos a casos extremos ou mais específicos, todos nós, ao longo da nossa vida vamos diminuindo (mais ou menos) algumas das nossas funções mentais tal como a memória e a concentração.
Outro exemplo são as pessoas com baixas habilitações académicas são em geral pessoas com dificuldade em interpretar um tipo de escrita mais elaborada e com palavras não vulgarmente utilizadas.
Mais ainda, são vários os factores que podem levar a uma limitação cognitiva temporária, por exemplo, o stress, a fadiga, a depressão, o consumo elevado de álcool, diferentes tipos de medicação.
Destacam-se alguns problemas e doença neurológica: dislexia, afásia, autismo, epilepsia, esclerose múltipla, Alzeimer, Parkinson's ou simplesmente enxaquecas (neste ponto, posso falar por experiência própria).

O que é possível fazer para facilitar o acesso à informação Web a estes utilizadores? Mais uma vez, uma boa estrutura de navegação no Web site é fundamental. Torna-se necessário o utilizador saber sempre em que parte do Web site se encontra. Tal também se deve reflectir através da consistência do aspecto visual em todo o Web site.

A informação deverá estar apresentada de uma forma clara, simples e objectiva, textos pequenos com uma linguagem acessível e leitura rápida. Em caso de Web sites informativos a presença de imagens que complementem o texto serão benéficas, mas atenção, muitas imagens é prejudicial, uma vez que é demasiada informação visual para o cérebro processar.
Por estranho que pareça, estes são utilizadores que beneficiam de links com texto descritivo em vez de imagens pois a associação de imagem ao seu sentido pode tornar-se uma tarefa difícil.

A presença de títulos e subtítulos pequenos mas descritivos é uma mais valia, bem como a enumeração da informação por pontos ao invés da escrita de parágrafos longos. É obrigatória a inexistência de erros gramaticais.

Evitar a 100% imagens, ficheiros com movimento ou pequeno espaço entre linhas. Para além de serem factores de distracção do olhar do utilizador, podendo acentuar a dificuldade de concentração e o utilizador acaba por se perder no texto. No caso de epilépticos, a presença de imagens que "piscam" pode desencadear uma crise.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Acessibilidade Web – limitação ou incapacidade auditiva

Este é um grupo de pessoas que não tem tantas limitações a nível de utilização da Web quanto o grupo do post anterior. No entanto, são utilizadores que se tem tendência a esquecermos deles. Um bom exemplo de um site inacessível é o da Medis.
A nível de acessibilidade Web recomenda-se sobretudo a utilização de legendas ou linguagem gestual em ficheiros de áudio e vídeo.