terça-feira, 31 de agosto de 2010

Conversar através da Web

Podem pensar que vou falar sobre redes sociais, mas tal não é verdade.
Tal como podem notar, estive bastantes meses afastada das "lides" da Web. Agora que estou de volta tenho de me actualizar. Como tal, decidi pegar no básico: HTML. Encontro-me a ler "HTML5: A vocabulary and associated APIs for HTML and XHTML" da W3C. São 683 páginas de puro deleite, mas ainda só vou na página 190.
Até agora tem sido uma leitura interessante e que me fez reflectir sobre a forma como concebemos e implementamos Web sites. A perspectiva que neste momento tenho do HTML5 é que nos oferece a oportunidade de termos a "casa arrumada". O aparecimento de tags tais como: header, footer e nav, oferece-nos a oportunidade de colocar o conteúdo no seu respectivo lugar. Muitos de nós, mesmo nas versões de HTML e XHTML, já o fazia-mos através do uso de divs com ids específicos. Eu própria, tenho a tendência de dividir a minha página em 3 grandes blocos: cabeçalho, conteudo e rodapé. Agora passo a ter uma maneira "legal" de o fazer.

Mas não é bem o estruturar que aqui está em questão. O que me fez pensar é que agora podemos de uma maneira limpa "contar a história" da nossa página web: "Ora bem, estamos no documento XPTO, cujo o cabeçalho é constituído pelo logotipo e o título ABC e com uma estrutura de menus 123. No conteúdo encontramos as secções XYZ com uma secção publicitária à parte. Fechamos este documento com o rodapé onde existe mais uma estrutura de menus, os termos legais e o copyright."

Quando cheguei a este ponto de actividade mental, dei por mim a pensar: mas os programadores não estão minimamente preparados para isto! De facto, para efectivamente aproveitar ao máximo os recursos oferecidos pelo HTML5 é realmente necessário reflectir no conteúdo da página Web antes de a escrevermos. A presença de tags como section e article leva-nos a outra dimensão de expressão na Web para a qual o comum programador não está sensibilizado.

Entretanto o meu raciocínio "deu outro salto" e comecei a lembrar-me das vulgares empresas (ou prestadores de serviços) que desenvolvem web sites. Em geral, estas trabalham com ferramentas já pré-definidas e CMSs. Até que ponto estas ferramentas já estão preparadas para este novo tipo de escrita? Será que as empresas vão apostar na formação dos seus programadores para que estes evoluam? Será que estes (programadores), mesmo após terem o conhecimento o vão aplicar? É muito mais fácil e rápido definir uma página estruturada em blocos div do que estar a pensar como a definir com header, nav, section, aside, footer, ...

Concluindo, eis o que 190 páginas de leitura de "HTML5: A vocabulary and associated APIs for HTML and XHTML" podem fazer ao cérebro. A esta altura "do campeonato" fico a pensar se a Web já está preparada para falar correctamente este novo discurso, quem vai realmente implementar estas novas definições e como vão ser implementadas.
Daqui a 200 páginas escrevo novo post com algumas ideias mais esclarecidas (espero).