Até agora os meus posts foram apenas uma introdução à acessibilidade Web, o que é e para quem é.
Para terminar esta série de posts mais teóricos, falta-me fazer o enquadramento da acessibilidade Web numa vertente mais tecnológica.
Em geral, quando tento explicar às pessoas o impacto da acessibilidade Web a nível tecnológico, costumo dividir este grupo de utilizadores em quatro subgrupos: aqueles que acedem à Internet através de hardware alternativo, os que utilizam software alternativo, os que têm uma ligação à Internet com pouca largura de banda e nos restantes, onde se destacam os utilizadores que não tem acesso a equipamento/software actual.
O primeiro grupo é, na minha opinião, bastante importante. Não pelo tipo de utilizadores em si, pois estes não são humanamente mais especiais do que os restantes, mas porque economicamente traz vantagens às empresas acederem a eles. Mas este assunto irá ser discutido num post posterior.
Quais podem ser então os dispositivos alternativos de navegação na Internet? Muito fácil, MIDs (Mobile Internet Devices) ou seja, PDAs, iPhone, iTouch, telemóveis, in-car browsers, notebooks,... Mais importante ainda, e convém frisar, esta é uma área tecnológica onde constantemente estão a surgir novos dispositivos para as mais variadas funções e utilizações.
Nem todos estes dispositivos possuem todas as funcionalidades de web browser tradicional, para além de termos de considerar que a área de visualização de uma página web é bastante menor que a de um monitor. Um exemplo são por exemplos os telemóveis Samsung SGH-I600 que não conseguem navegar correctamente em Web sites com frames.
No segundo grupo, encontram-se os utilizadores de Web browsers não tão vulgarmente utilizados: Firefox, Safari, Opera, Chrome, entre outros. Eis alguma informação sobre o uso de diferentes Web browsers: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Web_browser_usage_share.svg . Como é possível ver, estes utilizadores já ocupam uma quota de mercado de cerca 33%. Creio que já é uma percentagem bastante significativa para as suas necessidades continuarem a ser ignoradas.
O terceiro grupo costuma, infelizmente, ser bastante esquecido. Na verdade, segundo a ANACOM, durante o último trimestre de 2008 58,7% dos acessos à Internet eram realizados através banda móvel. Um link onde se pode obter mais informação é http://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=837483 . Convém ter consciência que uma parte destes acessos corresponde a uma largura de banda inferior a 2M, isto se na sua zona estiver coberta por 3G e o operador cumprir com o seu contracto (http://tek.sapo.pt/noticias/internet/operadores_nao_cumprem_largura_de_banda_contr_879495.html).
Relativamente ao quarto grupo, acontece um pouco como o terceiro. Esquecemos-nos muitas vezes que nem todas as pessoas possuem um poder de compra que lhes permita uma actualização constante do seu equipamento, o que obriga à utilização de versões mais antigas de software. Mais ainda, uma parte da população não tem hábitos de realizar a manutenção do seu computador, isto é, realizar actualizações do sistema operativo, limpeza de disco, desfragmentação do disco, utilização de anti-spyware, para além de terem a tendência de encherem os discos com "tralha" ao ponto de o sistema operativo não ter quase espaço para a realização de tarefas básicas, o que tem repercussões no desempenho do software, nomeadamente o browser.
Espero ter sido o suficientemente clara neste ponto e que após a leitura deste post, quando forem conceber, desenhar e implementar um web site tenham em consideração estes utilizadores, entre os quais eu me encontro.
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