Num primeiro impacto, quando se fala de um indivíduo com limitação cognitiva existe a tendência, infelizmente, de associar a imagem de alguém com um atraso mental. Digo isto porque tenho feito esta pergunta a várias pessoas e a resposta é sempre a mesma.
Pois desenganem-se. O grupo de pessoas com limitação cognitiva é mais amplo.
Antes de mais convirá esclarecer o que é uma função cognitiva. Fazem parte das funções cognitivas a memória (adquirir, reter e recordar informação), a linguagem (compreender e utilizar), a atenção (focalizar, manter e dividir a atenção), o processamento de informação adquirida através dos cinco sentidos, a imagem mental (reconhecer objectos, classificá-los e situá-los no espaço) e a resolução de problemas.
Sem recorrermos a casos extremos ou mais específicos, todos nós, ao longo da nossa vida vamos diminuindo (mais ou menos) algumas das nossas funções mentais tal como a memória e a concentração.
Outro exemplo são as pessoas com baixas habilitações académicas são em geral pessoas com dificuldade em interpretar um tipo de escrita mais elaborada e com palavras não vulgarmente utilizadas.
Mais ainda, são vários os factores que podem levar a uma limitação cognitiva temporária, por exemplo, o stress, a fadiga, a depressão, o consumo elevado de álcool, diferentes tipos de medicação.
Destacam-se alguns problemas e doença neurológica: dislexia, afásia, autismo, epilepsia, esclerose múltipla, Alzeimer, Parkinson's ou simplesmente enxaquecas (neste ponto, posso falar por experiência própria).
O que é possível fazer para facilitar o acesso à informação Web a estes utilizadores? Mais uma vez, uma boa estrutura de navegação no Web site é fundamental. Torna-se necessário o utilizador saber sempre em que parte do Web site se encontra. Tal também se deve reflectir através da consistência do aspecto visual em todo o Web site.
A informação deverá estar apresentada de uma forma clara, simples e objectiva, textos pequenos com uma linguagem acessível e leitura rápida. Em caso de Web sites informativos a presença de imagens que complementem o texto serão benéficas, mas atenção, muitas imagens é prejudicial, uma vez que é demasiada informação visual para o cérebro processar.
Por estranho que pareça, estes são utilizadores que beneficiam de links com texto descritivo em vez de imagens pois a associação de imagem ao seu sentido pode tornar-se uma tarefa difícil.
A presença de títulos e subtítulos pequenos mas descritivos é uma mais valia, bem como a enumeração da informação por pontos ao invés da escrita de parágrafos longos. É obrigatória a inexistência de erros gramaticais.
Evitar a 100% imagens, ficheiros com movimento ou pequeno espaço entre linhas. Para além de serem factores de distracção do olhar do utilizador, podendo acentuar a dificuldade de concentração e o utilizador acaba por se perder no texto. No caso de epilépticos, a presença de imagens que "piscam" pode desencadear uma crise.
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