Como é obvio, as pessoas com incapacidade visual têm um modo muito próprio de “ver o mundo". Para eles a localização espacial é muito importante. Tal também se aplica à informática.
Como qualquer utilizador, a primeira necessidade que têm quando chegam a um web site é perceberem e compreenderem a estrutura dos conteúdos (num outro post abordarei como tal pode ser concebido). É através da compreensão da estrutura que um invisual poderá escolher de uma forma mais confiante o caminho a seguir, perdendo menos tempo a voltar atrás caso se engane. Desta forma, uma estrutura simples e bem definida será sem dúvida uma mais valia para estes utilizadores.
É também preciso não esquecer que estas pessoas navegam na Web através do teclado, não utilizando o rato. Assim, torna-se importante que exista uma tabulação lógica entre links, campos de formulários e outras funcionalidades.
Alternativas a ficheiros flash, scripts ou frames são sempre bem-vindas, uma vez que através do teclado estas podem estar inacessíveis ou simplesmente bloquear a navegação.
Existem imagens que não só devem de estar bem identificadas como deveriam de ter uma descrição associada. Um exemplo muito simples: existem várias câmaras municipais que promovem o turismo da sua região mostrando fotografias apelativas. Muitas vezes, não só não existe a referência à presença da fotografia bem como o seu conteúdo passa totalmente despercebido. Muitos casos que tenho observado são fotografias referentes a paisagens lindíssimas do mar ou da montanha e dos produtos artesanais da zona. É pena que esta informação se perca só porque uma pessoa é cega e a imagem não está propriamente identifica e/ou descrita.
Um grupo crescente de utilizadores da Web são o das pessoas com limitação visual. De facto, começa a ser um grupo extremamente vasto, bastante maior do que em geral os programadores e designers têm noção.
Hoje em dia há a propensão para as pessoas começarem a “ver mal” cada vez mais cedo. Em muitos dos artigos que encontrei mencionam que pessoas acima dos 50 anos têm tendência a perderem capacidades visuais. Por experiência própria observo que tal começa mais cedo. Por outro lado, a fasquia de utilizadores da Web acima dos 65 anos está a crescer. É vulgar nos lares de 3ª idade, centros de dia ou centros sociais existirem alguns computadores ligados à Internet para que sejam usados pelos seu utentes. Paralelamente são dadas pequenas formações de acesso à Internet, o que incentiva ainda mais a navegação na Web. Acredito também que com o aparecimento dos netbooks esta fasquia ainda vai aumentar. Existem muitos factores que levam pessoas na 3ª idade a usarem a Internet, mas não serão aqui expostas porque saem fora do âmbito deste post. Estas pessoas, em geral, utilizam baixas resoluções do ecrã e em alguns casos são utilizados amplificadores de ecrã. Tal implica que designs fluidos e que se adaptem ao ecrãn sejam os mais apropriados.
Por últimos, temos o grupo das pessoas daltónicas. Este é um conjunto de utilizadores do qual não me sinto muito à vontade de falar. O meu conhecimento sobre daltonismo é pouco e nem sequer tenho a noção de qual a percentagem de pessoas que têm esta limitação. No entanto elas existem e tenho a sensação que não são assim tão poucas.
Sobre o assunto quero apenas contar uma experiência de um colega meu que é daltónico. Ele não consegue ver nem o ver nem o cor de rosa. Ora, essas eram as cores antigamente utilizadas pela Clix. Existiam bastantes links e/ou botões que utilizavam imagens com as cores da Clix. Ora, para esse meu colega, a única coisa que ele conseguia ver era uma mancha cinzenta, tornando-se dificil para ele navegar dentro do site. Talvez este exemplo nos deve a pôr a pensar um pouco sobre este assunto.
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